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INVESTIDOR VAI FICAR MAIS PROTEGIDO

O “Guia de Private Equity e Venture Capital”, com 37 páginas que trazem as melhores práticas desses segmentos, estará em audiência pública até o final deste mês e deverá ser lançado no final de maio ou início de junho. “Terá versões em inglês e espanhol”, adianta Patrícia Freitas, que está à frente do projeto na condição de Coordenadora do Comitê Executivo de Investidores Institucionais da ABVCap - Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital, no qual tem assento, entre outras, entidades como Previ, Funcef, Fapes, Valia, Fachesf, Elos, Real Grandeza, Petros,  Ceres, Celos, Fundação Cesp e Eletros, além da FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos do BNDES.

Por audiência entenda-se, na verdade, uma consulta restrita aos associados da ABVCap, explica Patrícia, acrescentando que o guia brasileiro inspira-se em experiências internacionais e adotá-lo ou não será algo facultativo, não mandatório, portanto. O objetivo declarado, claro, é  ser mais um instrumento de mercado para construir uma indústria de private equity e venture capital forte no Brasil. E para melhor cumprir esta missão sofrerá as naturais atualizações. E como os fundos de pensão são importantes atores do segmento, é fundamental ouvir e obter o alinhamento da PREVIC, nota Marcelo Moraes, da Capital Dynamics.

O novo guia já vem sendo elaborado há mais de um ano, informa Marcos Litz (FOTO), representante da Fibra no Comitê de Investidores Institucionais da ABVCap, na opinião de quem “o documento reflete a intensa troca de experiências relatadas por vários fundos de pensão precursores, que dividiram com os demais os seus bons e maus momentos”. A publicação recebeu contribuições de outros segmentos investidores além dos fundos de pensão, sendo que provavelmente a maioria das sugestões veio da FINEP.

Na origem de guias desse tipo está frequentemente o desejo de se conseguir alinhar interesses muitas vezes não coincidentes e, com este agora a ser lançado pela ABVCap com a ajuda dos fundos de pensão, não está sendo diferente. Há problemas na relação que precisam ser corrigidos ou algo o mais próximo possível de uma correção.

Ao buscar esse alinhamento de interesses, o guia tenta deixar conceitualmente claras práticas que podem derivar para conflitos indesejados. Como, no caso das taxas cobradas pelos gestores aos investidores, explica Marcos, o que elas efetivamente cobrem, se elas estão adequadas ao tamanho do fundo e, mesmo, se cabe cobrá-la duas vezes, no caso de um mesmo ativo estar presente em dois fundos administrados por um mesmo gestor.

Uma outra situação de conflito potencial que o guia tentará evitar diz respeito à duração de fundos. Trata-se de dar aos investidores melhores condições para impedir que o gestor do fundo de private equity adie a identificação do projeto e a alocação dos recursos  para ficar recebendo por mais tempo a taxa de administração.

Consta do guia também a questão do comprometimento financeiro do gestor do fundo nos projetos que recomenda. É claramente outra prática que resulta em uma proteção adicional aos investidores, sejam institucionais e grandes, como os fundos de pensão, ou menores.

Mas o guia vai além da busca pelo alinhamento dos interesses financeiros ou não. Esforça-se também, observa Patrícia, em estimular a transparência  na relação entre gestores e investidores, ao mesmo tempo em que coloca no papel e na tela procedimentos e estruturas que, se seguidas, provavelmente desembocarão na melhor governança.


Próximos anos - Hoje, dos R$ 160 bilhões em ativos da Previ, apenas R$ 1,5 bilhão está comprometido em investimentos estruturados, entre os quais os fundos de private equity. Hoje é pouco, mas não por muito tempo. “Em 2019 deveremos chegar aos R$ 7 bilhões”, diz o Diretor de Investimentos da Previ, Renê Sanda, antecipando o que está nos planos de sua entidade.

No caso da Funcef, explica o Diretor de Investimentos, Maurício Marcellini, já estão comprometidos R$ 5,5 bilhões, dos quais R$ 3,5 bilhões já efetivamente alocados nos projetos.

Silvio Rangel, Diretor Superintendente da Fibra, diz que a participação atual dos fundos de private equity na carteira de sua entidade está dentro dos 5% de investimentos estruturados. A Fibra tem já investidos  private equity  R$ 85,6 milhões, informa  Rangel.


R$ 83 bilhões - Números extraídos do ABVCAP Data, base de dados oficial da indústria de participações no Brasil, apontam que o capital comprometido com os fundos de private equity e venture capital, em 2012, foi de R$ 83 bilhões. A pesquisa foi conduzida pela Associação em parceria com a KPMG.
 
Informa o presidente da ABVCAP, Clovis Meurer, que  em 2011 esse valor foi de R$ 64 bilhões. “O aumento de 31% está alinhado com a média anual de crescimento nos últimos anos, estimada num valor entre 20% e 30%”, completa o presidente. 
 
Outro destaque apontado na plataforma foi o valor de desinvestimento, que engloba o retorno do dinheiro acrescido dos dividendos e em 2012 foi de R$ 6 bilhões, praticamente o dobro do valor desinvestido em 2011, em torno  de R$ 3,6 bilhões.

 

Fonte: Abrapp