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Minas Gerais ganha tribunal federal

Deputados federais aprovaram em segundo turno, emenda à Constituição criando quatro sedes da segunda instância da Justiça Federal. Uma delas será em Belo Horizonte

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria quatro tribunais regionais federais (TRFs), um deles em Minas Gerais. Os outros serão implantados nas capitais dos estados do Paraná, Bahia e Amazonas. A criação dos tribunais tem o objetivo de desafogar a Justiça Federal, que sofre com o acúmulo de processos. Um dos mais sobrecarregados é o TRF da 1ª Região (TRF-1), que atualmente responde por Minas Gerais, mais 12 estados e também pelo Distrito Federal. 

Pela PEC aprovada ontem e que deve ser promulgada em sessão solene a ser marcada pelo Congresso Nacional, seis estados hoje vinculados ao TRF-1 passarão a fazer parte de outras três regiões. Minas Gerais terá um tribunal somente para o estado (7ª Região), mesmo caso de São Paulo (3ª Região), depois da transferência do Mato Grosso do Sul para o TRF da 6ª Região, que também terá Paraná e Santa Catarina, ambos migrados da 4ª Região. Sergipe sairá da 5ª Região e se juntará à Bahia no TRF da 8ª Região. O 9º tribunal abrangerá Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Com essas mudanças, o TRF da 4ª Região atenderá apenas as causas do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro e Espírito Santo continuam na 2ª Região.

A sede do tribunal mineiro deve ser instalada na prédio que abrigava o extinto Tribunal de Alçada, na avenida Francisco Sales, Bairro de Santa Efigênia. De acordo com o relatório de atividades do TRF -1, as varas da seção mineira do tribunal receberam em 2011 cerca de 98 mil processos distribuídos naquele ano; enquanto a Bahia teve 45 mil; o Amazonas, 15 mil; Rondônia, 14 mil; e Acre e Roraima, menos de 5 mil cada um. Juntos, esses seis estados, que agora parte de uma nova região, respondem por quase 50% dos processos distribuídos.

O deputado José Genoíno (PT-SP) tentou fazer com que a PEC voltasse para o Senado, alegando que o texto teria sido modificado na Câmara, que estabeleceu um prazo de seis meses para a implantação, regra que não constava na proposta inicial. Mas a manobra não passou. O deputado Cláudio Puty (PT-PA) também tentou barrar a votação sob o pretexto de que ela teria vício de origem. Ele defende a tese, também encampada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de que a criação de novos tribunais federais é de iniciativa da Corte, e não do Congresso. 

Para o coordenador da frente parlamentar criada em 2011 para apoiar a proposta, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), há uma sobrecarga evidente dos tribunais regionais federais. “Justiça lenta não é justiça, e eu quero que qualquer jurista me prove que os tribunais superiores têm iniciativa de proposta de emenda à Constituição”, disse, refutando a tese de que a PEC teria vício de iniciativa. (Com agências)

 

Fonte: em.com.br