As patrocinadoras começam a alterar o desenho dos planos para os melhor ajustar a fenômenos como a maior longevidade. Nos últimos três anos, mostra a experiência da Mercer, consultora atuarial que atende a mais de uma terça parte das entidades existentes, cresceu de praticamente zero para 20% o número de empresas que já se dispõem a manter a sua contribuição indefinidamente, pelo tempo que o participante adiar a aposentadoria. As restantes 76% continuam deixando de contribuir em um dado momento e 4% cessam de aportar recursos um pouco depois de conquistada a elegibilidade para o recebimento do benefício, explica Carolina Mazza Wanderley, consultora sênior da Mercer.
Até pouco tempo atrás podia-se dizer que existia uma regra, que era a interrupção da contribuição patronal no momento em que o participante tornava-se elegível ao benefício ou atingia uma idade entre 62 e 65 anos.
Segundo Carolina, a sensibilidade dentro da Mercer é que esse percentual continuará crescendo, até que o caso de empresas que deixam de contribuir forçando o participante a se aposentar se transformará em uma raridade ou quase isso. Na verdade, tal prática muito provavelmente ficará restrita aos empregadores que atuam em setores onde a senioridade é até certo ponto dispensável e a juventude especialmente bem vinda.
Do ponto de vista dos empregados, a longevidade é com certeza a razão primordial do adiamento da aposentadoria, uma vez que ao viver mais o participante é desafiado a conservar a sua renda e a pagar o plano de saúde do próprio bolso por cada vez mais tempo. Já as empresas têm os seus próprios motivos, como valorizar o conhecimento adquirido por seus colaboradores sêniores num momento de apagão de mão de obra qualificada e, segunda razão, a possibilidade de não poucas organizações não estarem o tempo todo preparadas para implementar satisfatoriamente os processos de sucessão de funcionários em idade para se aposentar, preferindo por isso mesmo aguardar um pouco de tempo a mais.
Fonte: Abrapp