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EDUCAÇÃO JÁ

“Se pegarmos benefícios calculados em cima da Tábua AT 2000, com uma taxa de 6%, caindo os juros para 5% daqui a quatro anos o assistido terá uma renda em torno de 11% menor do que a estimada antes”, acredita Mauro Machado, consultor sênior em previdência complementar da Mercer. É o cálculo que também faz Cleide Barbosa da Rocha, Coordenadora da Comissão Técnica Nacional de Atuária da Abrapp, segundo quem estudo produzido por uma entidade mostrou que corte de 5,5% para 5% na taxa levaria a uma redução por volta de 10% no valor do benefício.

“Não se trata de alarmismo, porque ainda há bastante tempo para acertar o passo”, diz Mauro. O perigo, segundo ele, “é não fazer nada, deixar para mais tarde”.

Mauro e Cleide estão de acordo quanto ao fato de que tal situação requer da parte das entidades um maior investimento em educação previdenciária. “Os participantes devem ser claramente alertados para os impactos que a redução dos juros poderão ter sobre os seus rendimentos futuros”, adverte Mauro. Para Cleide, é evidente que “as pessoas precisam entender melhor os efeitos do novo quadro”.

O consultor da Mercer lembra que  o fato de não administrar plano de benefício definido não livra ninguém do problema,  porque mesmo em um CD puro, onde teoricamente não existe risco de desequilíbrio, os benefícios tenderão a cair da mesma forma com os juros mais baixos. “E quanto mais tempo faltar para a aposentadoria, maior tenderá a ser o impacto, uma vez que a pessoa sofrerá por um período maior os juros baixos”, resume Cleide.

“Isso é especialmente verdadeiro em um momento no qual o quadro é de pleno emprego e até de escassez de empregados realmente qualificados nos escalões onde mais se exige”, assinala Mauro, notando que numa fase como essa é ainda mais vital reter talentos.

Não poucas empresas, observa Mauro, precisarão repensar as bases de seus planos. Cleide acredita que ainda este ano a CTN de Atuária deverá produzir um estudo sobre o impacto da queda dos juros sobre os benefícios.

 

Fonte: ABRAPP