Como lidar com clientes ansiosos em processos contra o INSS sem comprometer a relação

Como lidar com clientes ansiosos no Direito Previdenciário: estratégias para equilibrar empatia, firmeza e resultados.

Por Dr. Yoshiaki Yamamoto em 25 de Agosto de 2025

1. Mantenha comunicação clara, frequente e empática

Para enfrentar a ansiedade do cliente, estabelecer uma comunicação transparente é essencial: explique o que está sendo feito, quais os custos envolvidos (custas, honorários, perícias etc.) e o que está fora do seu controle. Isso transmite segurança e ajuda a construir confiança.

Use uma linguagem acessível — deixe o juridiquês de lado sempre que possível — esclarecendo cada ponto com clareza, inclusive lendo expressões faciais e entonações para entender dúvidas não verbalizadas. Eu gosto de explicar os aspectos técnicos para os meus clientes fazendo analogias com questões cotidianas, para que fique muito clara a estratégia a ser utilizada. 

 

2. Gerencie expectativas com realismo e verdade

É imprescindível falar a verdade, mesmo quando ela não corresponde ao que o cliente espera ouvir. Ser realista sobre prazos, possíveis desdobramentos e chances reais de resultado cria um senso de segurança — muito mais eficaz do que prometer o que não se pode cumprir.

 

3. Estruture o processo para reduzir incertezas

Clientes seguros trazem tranquilidade. Organize os documentos com eficiência, categorizando e mantendo-os acessíveis para que você responda rapidamente a dúvidas e evite atrasos ou falhas.Utilize ferramentas digitais para automatizar prazos, notificar atualizações e transmitir ao cliente uma sensação de controle e organização.

 

4. Estabeleça limites profissionais desde cedo

A ansiedade pode levar clientes a procurarem informações o tempo todo e fora do horário. Seja firme e deixe claro quais são seus horários de atendimento, e sob quais condições ocorrerão respostas fora desse período — especialmente em casos que exigem suporte contínuo.

 

5. Ouça com sensibilidade, mas mantenha o controle

Ouvir é o primeiro passo para acalmar o cliente — inclusive quando ele despeja angústia e dúvidas sobre o processo. Coloque ordem nesse caos inicial, entenda suas preocupações e passe segurança sobre os próximos passos.

Simultaneamente, reforce que você é o profissional responsável pelo caso. Combine empatia com assertividade: ouça com atenção, mas conduza a questão com firmeza e controle.

 

6. Exija reciprocidade para melhorar o relacionamento

A relação só dá certo se for bidirecional. O cliente precisa agir com honestidade e responsabilidade, apresentando as informações reais do seu caso. Se faltar transparência ou cooperação, o estresse se reforça — e você fica mais vulnerável.

 

7. Se necessário, saiba quando recuar

Alguns clientes exigentes parecem não se acalmar, mesmo com todo cuidado e comunicação. Se, após esforços, o comportamento persistir — impactando seu tempo, energia ou equilíbrio emocional — considere interromper a relação profissional. Manter o respeito e a confiança é essencial para uma advocacia saudável e sustentável.

 

Conclusão: A combinação de clareza, empatia e delimitação profissional é o diferencial

No atendimento a clientes ansiosos em processos contra o INSS, o advogado previdenciário deve ser um porto seguro: forneça orientação clara, estruture o fluxo do caso, defina limites, exige reciprocidade — e, acima de tudo, preserve sua saúde emocional. Quando feito com equilíbrio, o atendimento não apenas alivia o cliente, mas reforça a sua reputação e promove indicações qualificadas.

 

Colunista desde 2024

Sobre o autor desse conteúdo

Dr. Yoshiaki Yamamoto

Yoshiaki Yamamoto é bacharel em Direito pela Universidade Franciscana (UFN) com período sanduíche pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - FDUL, Portugal, tendo recebido diploma de Láurea Acadêmica, em virtude do elevado destaque no ensino, na pesquisa e na extensão.

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